sexta-feira, 27 de novembro de 2009

' avisem ao navegante

"Não espere eu ir embora pra perceber..." (Pitty)


Avisem ao navegante que estou indo embora. Digam-lhe que não é por que não o quero e sim pq não soube esperar por mim. Avisem ao navegante que os meus olhos brilhavam cada vez que meu pensamento estava nele focado. Mas odeio quando sua atitude (ou falta de) não responde as minhas expectativas.


Avisem ao navegante que não suporto sua atual indiferença e por isso partirei. Avisem que foi bom tê-lo conhecido e que cada simples conversa será lembrada com carinho. Avisem ao navegante que peço desculpas por alguns erros, mas sempre acreditei q é com eles que se aprende a viver.


Ah, quanto aos outros, avisem que seus conselhos foram em vão. A atitude de aconselhar realmente não passa de uma responsabilidade desnecessária, pois somente quem está no lugar da outra pessoa pode opinar. Não se pode forçar o amor a nascer dentro de você, o máximo q se pode fazer é deixar ser conquistado por outro alguém, embora algumas vezes seja tarde demais.


Avisem ao navegante que estou indo embora, mas prometo mandar lembranças sempre que possível. E, por favor, não esqueçam de avisar, que se acaso algum dia ele sentir saudades de ouvir minha voz, que grite meu nome a plenos pulmões pelo vento e, aonde quer que esteja, irei ao seu alcance. Porque a paixão tem dessas coisas....
.
(Ana Paula Fernandes)

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

' trovão e calmaria



Ela sempre fora um menina romântica e de coração bom. De olhos atentos, era a audiência da televisão. Os dias passaram e a maturidade bateu em sua porta. Com exceção do final feliz e dos devaneios da mocinha da novela, a telinha não tinha mais graça. Ela cresceu e apareceu. Tornou-se uma sonhadora nata e não apresentava nenhuma vergonha de assumir isso.



Enqto suas amigas não hesitavam, em dizer que preferiam pintar os seus quartos de rosa, ao invés de se casarem ou ainda comprarem um peixe ao terem filhos, ela sempre ficava com as segundas opções. Dizer Eu Te Amo? Ora, essas simples palavras para alguns, não eram para ela sinônimo de Bom - Dia. Sonhava com o principie encantado, ou como dizia sua bisavô, com a calmaria e não com o trovão.


Entre os dois termos, ela sempre soube qual era o melhor. Mas a calmaria nunca vinha e ela, com toda sua pouca idade, se encantava com cada trovão que surgia em sua vida. Agora havia se cansado dos trovões e passou a almejar a calmaria. Pedia a DEUS tds as noites alguém que representasse a calmaria, afinal, era disso que precisava. Eis que há pouco tempo à calmaria surgiu em sua vida. Veio de forma sutil, num acaso qualquer. Ela não sabe explicar, mas não sente aquela vontade de ser o outro para uma unificação inteira, sentimento transformado em palavras por Clarice Lispector em seus livros, embora seus olhos brilhem cada vez que o tal nome é dito pela sua boca. Eh, como não podia deixar de ser - assim como tudo em sua vida - suas paixões também são paradoxais. Ela deseja, mas não tem sede de desejo.

.

(Ana Paula Fernandes)