segunda-feira, 2 de novembro de 2009

' trovão e calmaria



Ela sempre fora um menina romântica e de coração bom. De olhos atentos, era a audiência da televisão. Os dias passaram e a maturidade bateu em sua porta. Com exceção do final feliz e dos devaneios da mocinha da novela, a telinha não tinha mais graça. Ela cresceu e apareceu. Tornou-se uma sonhadora nata e não apresentava nenhuma vergonha de assumir isso.



Enqto suas amigas não hesitavam, em dizer que preferiam pintar os seus quartos de rosa, ao invés de se casarem ou ainda comprarem um peixe ao terem filhos, ela sempre ficava com as segundas opções. Dizer Eu Te Amo? Ora, essas simples palavras para alguns, não eram para ela sinônimo de Bom - Dia. Sonhava com o principie encantado, ou como dizia sua bisavô, com a calmaria e não com o trovão.


Entre os dois termos, ela sempre soube qual era o melhor. Mas a calmaria nunca vinha e ela, com toda sua pouca idade, se encantava com cada trovão que surgia em sua vida. Agora havia se cansado dos trovões e passou a almejar a calmaria. Pedia a DEUS tds as noites alguém que representasse a calmaria, afinal, era disso que precisava. Eis que há pouco tempo à calmaria surgiu em sua vida. Veio de forma sutil, num acaso qualquer. Ela não sabe explicar, mas não sente aquela vontade de ser o outro para uma unificação inteira, sentimento transformado em palavras por Clarice Lispector em seus livros, embora seus olhos brilhem cada vez que o tal nome é dito pela sua boca. Eh, como não podia deixar de ser - assim como tudo em sua vida - suas paixões também são paradoxais. Ela deseja, mas não tem sede de desejo.

.

(Ana Paula Fernandes)

4 comentários:

  1. Ta, agora me fala de onde você copia essas coisas, rsrs...Vc escreve muito bem Paulinha!Ta certo, desde a época da escola vc criava alguns textos-poema pra mim, e tenho um guardado até hj.
    Vc escreve bem mas com simplicidade, invejo isso, mas numa inveja boa, claro, rsrs!
    Que Deus te dê mais e mais dom pra escrever. Quem sabe um dia veremos um livro não é?
    Adoro vc, vc sabe!bjs!

    ResponderExcluir
  2. SHUSAHUAHUSUAHSUAHS, só vc msm Carolzita pra escever isso... Tirei de alguns fatos reais da minha vida uai, kkkk! Os textos-poemas? kkk, lembro deles direitinho... como eram podres!!! Sempre retratando algum amor platônico, ora meu, ora seu! Vc pode "invejar", pq eu sei q essa inveja chama-se ADMIRAÇÃO e ela eh mutua! Livro? Não, deixo isso para os mais capacitados... Eu prefiro continuar aki, escrevendo por puro prazer, pois como dizem, por aí: "É bom escrever porque reúne as duas alegrias: falar sozinho e falar a uma multidão"
    (Cesare Pavese)! Mais uma vez obgda pelo carinho viu linda?! E Amém pelas palavras acima! bjao!

    ResponderExcluir
  3. Obrigada pela ADMIRAÇÃO, rsrs!
    Mas é assim que começa, escrevendo por prazer e depois vai ficando cada vez mais inspirado...vc tem muita facilidade pra escrever.Eu lembro nas aulas de redação que eu não tinha nem começado o 1° parágrafo e você já havia acabado o texto, mais uma vez uma "inveja", rsrs!
    Ah, e só lembrando, quando formar quero consulta particular grátis hein, rs!

    ResponderExcluir
  4. Ah para Carol!!! Aulas de redação p/ mim era um saco (essencial, mas um saco)! Detesto escrever sobre um assunto q nao me identifico. Gosto de escrever sobre akilo q me "incomoda" em um dado momento, sobre algo q estou sentindo e tal... Terminava primeiro q vc apenas pq vc keria entregar um texto bom. Enqto, eu não ligava se estivesse tdo errado... Consulta particular? rsrs, pra vc a terapia eh totalmente gratuita Carolzita, rsrs! :)

    ResponderExcluir